Ar para respirar,
apenas nas pequenas réstias de branco de folha não preenchida – qual parque
natural cheio de verde e lagos e cantares de pássaros, depois de uma fábrica de
celulose. Eram réstias que José via e não resistia a preencher, sempre era mais
uma oportunidade de poder reciclar mais alguma tanta furibunda energia. Fosse
ele um Pessoa ou um Kafka, ninguém o decifraria escrito. Morto estivesse, morta
estaria toda uma literatura. Um escritor assim morto encerraria, para a
eternidade, a chave do seu enigma, e os enigmas do túmulo não passam disso
mesmo, ou melhor, dali mesmo, do túmulo, do que se alimentam as bactérias. De
resto, tumulares também eram todas as folhas de todos os seus cadernos de
hieróglifos ilustrados – gatafunhos que até poderiam ter em si os mais
graciosos e belos sonetos de um trovador lírico, que a melhor imagem que dali
adviria andaria mais próxima da impressão poluída de um qualquer tubo de escape
da pior Hong Kong onde se consiga estar...
Sem comentários:
Enviar um comentário