segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

48.

Vá-lá que reajo. Olho inchado. Doença sem doença. Ainda apanho o autocarro. Ao dia cinza, a cinza. Mais estranho é tão estranho não dar com o contraste. Não há. Acabou. Parecemos diluídos mas não estamos. Secaram-me as plantas em casa. A missão era incumbida de nadas - festim de equívocos, recuso tomar parte. Eu que ao inverso penso noutras coisas. Emerso. Tento pensar. Imenso. Tentar sempre é meio caminho andado. Mais fácil, muito mais fácil que entender que tudo em ti é só fachada. Reclamas demasiado para tentar justificar, justificas demasiado para poder trair, trais demasiado para não levantar suspeitas... Desleal batota, jogo forjado... I'm always scheming and i'm right and you're wrong, é como diz a máfia, que é como quem diz, dá-me igual, sabes nada, faz-me à vontade as perguntas que eu tenho as centenas de respostas. Não é o Goodfellas, querida, aqui o ponto de partida não é o ponto de chegada. Alto! A fachada, espera, posso ler agora? Bom, sempre posso passar pelos pingos da chuva, dizer com licença, obrigado. Ver-me livre, acrescentar ao não ter a palavra querer. Pois que fique à vontade, coloca-se bem, muito bem, em qualquer lado da frase. E diverte-se, pelo menos nisto o querer sabe o que quer. Sabe o que quer. Sabe o que quer. Todo o mestre sabe usar qualquer Não como gelo na bebida. Dar-lhe a frescura necessária. Depois há quem goste, depois há quem não goste. Depois há quem não tenha por onde gostar ou deixar de gostar. Sobretudo quando deixa o tempo levar (o) tempo, ou quando permite que tudo (se) choque à temperatura ambiente, ou quando ignora todos os índices de intolerância... Depois... Enfim, depois é pior que cerveja morta, é que nem gás, nem sabor, além de nojento, imbebível. Mas não te apoquentes, nunca darei gelo a cerveja defunta. É do horror, não me interessa. Contigo só o não me interessa...