quarta-feira, 29 de julho de 2020

PETER GREEN (1946-2020)




Peter Green foi um dos grandes. Não se imagina onde teria chegado se não se tivesse quase perdido no caminho, levado pela corrente de uma trip psicadélica, supostamente na Alemanha.

"In the Skies", que adolescente fui descobrir entre centenas de cassetes do meu pai, continua para mim a ser o melhor álbum, o seu esforço a solo mais poderoso e consistente. Não que Peter Green não conseguisse aqui e ali elevar-se mais alto. Preciosidades encontram-se em toda a sua larga e irregular discografia de blues profundos e atmosféricos, desde que fundou os Fleetwood Mac -- que chegarem a chamar-se Peter Green's Fleetwood Mac, só para terem uma ideia.

Uma nota naquela guitarra era capaz de dizer o que muitas não conseguiam em trinta. A vida também se joga muito entre o tempo que dispomos e o tempo em que conseguimos manter a cabeça à tona de água. Em Peter Green essa tensão é flagrante, entre o sonho e o alerta.


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