quarta-feira, 22 de agosto de 2018




Onze da manhã, Céu apareceu. Ricardo, sentado na esplanada, lia um livro de Stephen King. Vidrado pelo suspense, absorvido na leitura, limitou-se a constatar a namorada com um ténue movimento de olhar e um olá inaudível, como se estivesse numa biblioteca onde não pudesse fazer barulho. Ela sentou-se, pediu sumo de laranja, ele não tencionava pedir nada, mas deu por si a pedir um leite achocolatado, tão automático como indiferente, nem se lembraria mais tarde do pedido. Ricardo só via as linhas escritas, a telepatia de que falava King no seu On Writing surtia efeito, Céu estava fora desse encontro das mentes. 


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