terça-feira, 24 de novembro de 2015

Dicionário de Sonhos

Sonho que entro sozinho num elevador de madeira bem velho e apertado, carrego no seu único botão, começo a ascensão, pego na folha que tenho no bolso do casaco com um poema de Gabriel Garcia Marquez, ia começar a recitar... É o fim: o elevador pára. O fim no plot pointGame Over. Eu bem carrego no botão solteiro, mas nada. Não anda mais. Mal visto a minha voz abrir a boca e logo ali acaba a brincadeira. Depois o alarme não funciona. Depois eu grito, ninguém me ouve. Estou preso, eu mais o tal do poema. Será tanto mais o tempo claustrofóbico ali fechado quanto me custará sair do sonho. Tento ler o poema, não distingo as letras. É bem feito: não sabia que Garcia Marquez tinha poemas - descobri-o agora. É bem feito: existem faltas que nem os sonhos perdoam. Limites são limites, que isto do sonhar não é o Universo (se é) infinito. Então não era eu que queria tanto o conselho do travesseiro? Para onde é que queria realmente subir? Era mesmo para casa da minha avó?