quarta-feira, 29 de julho de 2015

«É poeira para os olhos, sacode-a»

«Prefiro que seja mentira e vender, do que ser verdade e desaparecer», disse um dia um jornalista ao detective Velcoro, de True Detective, ele que bem tentava aparar o golpe ao colega angustiado e atingido pelo assédio das câmaras e microfones:«És um sobrevivente, sacode a poeira». Penso nisso enquanto vejo amigos, alguns com aspas, a arrastarem-se na poeira, pior é que devem pensar que a coisa se trata de uma festa de espuma ou algo do género. O que no fundo vai dar ao mesmo, nada se vê, portanto. Tanto assim é que o nosso único aliado é o tempo, de preferência a clarear. Para o bem e para o mal. Para o bem, pela força das marés. Para o mal, porque as marés um dia acabam. Problema mesmo são alguns marinheiros que acreditam que as comandam.