quinta-feira, 22 de agosto de 2013

3.

Se agora é leve compasso de espera, antes era valente intervalo. Portas encerradas em todas as ruas, estores fechados em todos os prédios. Aberta uma janela ou duas, uma tabacaria ou duas, a mercearia, o supermercado, dois ou três cafés. A cervejaria habitual, único lugar no bairro aberto até às duas da manhã, fechada o mês inteiro. Lisboa parecia um pátio andaluz, o paraíso. Hoje não, nem pensar. Mal sinto diferença nos meses, tanto que hoje até estranhei ver tão pouca gente. O que terá acontecido? Pirou-se tudo a 21 de Agosto? Foi da lua cheia de ontem? Deve ter sido da lua cheia de ontem. Os focos de incêndio não desapareceram.