segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Penumbra




Edição cuidada, a combinar com a elegância dos poemas, que minimalistas e despojados de artifícios, nunca deixam de ser belos; a mim lembram alguma poesia Zen na sua secura e forma como sabe isolar e suspender o real no seu próprio elemento deixando todo um "outro mundo" em aberto. Aqui, como no anterior "Teorias", a escrita é seca, ao osso, depurada, subtil, desafiadora. "Penúmbra" de manuel a. domingos poderá ser adquirido por aqui, isto se ainda houver algum dos 100 exemplares (o meu está precisamente a meio, no 50). Fica uma amostra. 

Há livros na estante
que nunca li
Esperam a sua vez
a ganhar pó

Olho para ti e não sei
que novidade encontro
sempre no teu olhar
Mas ela existe

pronta a fazer o meu dia
ganhar sentido
que não tem de ser novo
só sentido

Tudo o resto é apenas
o sol a pique no terraço
uma tarde quente