terça-feira, 14 de junho de 2011

Lá Fora



Dá ideia que se passa muita coisa durante “Barton Fink”, mas vendo bem há um assassínio, um incêndio e pouco mais. Nem são os momentos de Fink nas suas divagações, bloqueios de escrita ou dúvidas existenciais que suportam o tempo do filme. Não, o filme sustenta-se em 3 ou 4 pontos chave, com arcos suspensos entre eles e entre esses arcos literalmente levitamos diante da tragédia. No final pouco nos interessa o mundo lixado e o sarilho em que o personagem está metido. Isto porque o que nos leva é que o vai escrito. O que nos conta é a cabeça do escritor, o mundo, esse está lá fora como o quadro da mulher na praia. Se é real ou imaginado é-nos indiferente, é que no meio das palavras ambos são indistinguíveis.

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