domingo, 6 de fevereiro de 2011

Constipation Blues



Andei toda a semana com uma Gripe daquelas, na verdade foram dez dias. Mais uma vez armei-me em herói achando que esta seria igual a outras e partiria como chegou, depressa. Não me preocupei sobremaneira, nestas ocasiões lembro-me sempre duma vez em que fui com febre para uma aula de Aikido e transpirei tanto que saí depois do banho limpo e curado. Por isso fiz vida normal, inclusive com uma directa que não sei se serviu para alguma coisa. 
Agora o adversário não foi na conversa, tinha inovações: mais resistente, avisado, cínico, matreiro. Primeiro não me largou do pé. Depois ganhou o controlo do combate mantendo-me a febres fraquinhas para eu cair na esparrela de que já estava quase bom e a seguir ir outra vez ao tapete, ou melhor, para a cama. Dormia, KO, à espera se passava e não passava. Doía-me o corpo quando tossia, exasperava, mas isso só tornava as coisas piores. Atirava-me abaixo e assim sucessivamente. E já estava com os mesmos remédios que tinham sido de uma absoluta eficácia da vez anterior...
Só comecei a ganhar o combate quando percebi a táctica do devagar que tenho pressa. A minha motivação tornou-se dormir, antes disso ainda aproveitava para ir limpando o cardápio de gravações do Meo, só que acabava por apenas ver as coisas mais levezinhas, não tinha estofo para mais, de leituras apenas jornais e blogues só mesmo os mais de casa. A maldita comandava o jogo: ao mínimo esforço, cama.
Anteontem, tosca e desajeitadamente consegui reagir. Ontem finalmente saí de casa. Primeiro escala no café da esquina, depois supermercado. Por fim um jantar como deve ser, uma noite bem rematada e para a próxima tratarei a Gripe com mais respeito. Ou isso é o que digo eu agora.