sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Notícias do saque



Pedro Lains: "Tributar esses dividendos em 2010 dá desconfiança aos mercados? Mas estamos onde? E isto não é uma crise com cortes do rendimento disponível que deverão chegar, em média, talvez a uns 4-5% do mesmo? Vivemos em que época? Claro que o PS e o governo estão reféns de quem estão. Assim como o PSD. Quando se vão libertar? Precisam das empresas para financiar as campanhas? Não, felizmente estamos na Europa. Então precisam delas para quê? Respeitinho a mais é negativo, mostra coisas menos positivas. Ao mesmo tempo não vão aumentar o salário mínimo? Isto não é um debate sobre economia, é sobre decência."

Eduardo Pitta: "Obama mudou alguma coisa? Timothy Geithner, secretário do Tesouro, não dispensa o conselho de Henry Paulson e outros tenores da Goldman Sachs que cavaram o buraco. Ben Bernanke continua presidente da Reserva Federal. Alan Greenspan goza uma reforma dourada nos Hamptons. Ao pé deles, Madoff é um carteirista do metro."

Henrique Fialho: "O trabalho salva, diziam os nazis aos judeus em campo de concentração. O trabalho salva, repetem os governos aos seus escravos de trazer por casa em campo de centralização. E as vozes fazem-se ouvir da sua cavernosa dívida, têm um compromisso com a saúde dos mercados, não necessariamente com as pessoas, porque isso de viver e de se estar vivo é secundário, o que importa é manter os mercados saudáveis, evitar rupturas sistémicas, garantir os stocks."

Tiago Mota Saraiva: "Os mesmos deputados que chumbaram a proposta de tributação dos dividendos das grandes empresas por rejeitarem alterações de tributação a meio do ano fiscal, preparam-se para, depois de o terem utilizado como bandeira eleitoral, baixar unilateralmente o salário mínimo contratualizado para 2011."

Fernando Martins: "Por causa disto, mas podiam ser muitas outras coisas, estou sempre a lembrar-me que há uma direita portuguesa (e também uma esquerda moderna) que gosta de ser sistematicamente encornada pelos chamados, umas vezes bem outras mal, "grandes interesses económicos".

Vasco Lobo XavierSão tantas as empresas públicas que gravitam na órbita do Governo que eu me pergunto: e o Governo, serve para quê?"


Foto tirada daqui.