segunda-feira, 25 de setembro de 2017

82.


A musa manda dizer que está com amor
Que se confirma em essência
E que bem se tolera sem sonido
Mesmo quando nos estilhaça
O pescoço parte em réguas as malas que nos carrega
Bem pesadas contra as cordas
Saltamos por cima, senão 
Saltassemos, a diva escreverá pior
Afim de pularmos ainda mais
Não está aqui para menos
Nem panos, nem produtos do polimento, ora toma, tens aí uma faca
É bom que a agarres, guarda-a
Não te tomes demasiado
Nem faças caso por todos aqueles que te chamam tudo

Como é tão absurdo tê-la visto a sofrer tanto aquele dia
A chorar desenhava ainda
Através das lágrimas que sobravam
E quem se arriscasse a chegar ao canto mais obscuro daquele restaurante
Disfarçado de festa para começar
Era de partir a cidade inteira