terça-feira, 19 de setembro de 2017

79.





COVADONGA


A respeito da época em que estamos
Contra os mais remotos que se perderam
Estamos abrigados agora
A ver nos museus os utensílios
Pelas idades geladas
Fossas cantábricas mil metros lá em baixo
Pelo oceano penhascos de água
Passeando o tempo
A falhar, a falhar, tentar era a única tradição
Porfiavam a desentender
De fora cercados por dentro
Tornando contra terrores de respeito
Cercados por fora
Foram o urro humano mais culto da História
Transpirados de pranto
Nas veias nas têmporas a medrar as artes da leitura animal
Dos temores ocultos
Abrigados nas covas 
Único respaldo úteriano de um pensamento que nos faz
Perguntas até hoje
Ou o prolongamento da rocha sobre a estalactite silêncio
Ao longe ao hoje 
Antepassado