sábado, 22 de julho de 2017

73.





1. 

Despertar por despertar. Mensagens com Tiago Gomes via Aljezur. Estou na costa alentejana, Vila Nova de Milfontes. E encontrar o mesmo Sam Shepard faz uns bons três anos. A temperatura e o artesanato bruto daquela escrita é me mais benéfico para minha metafísica que muitos tratados de literatura, filosofia, astrologia. Enfim... daí falando é toda uma outra astrologia, terra que só arde de vez em quando. Antes tinha visto os Diários do Kafka, também internos na estante da papelaria-livraria todos estes anos.  E antes vira Inês, vive na vila, sua irmã que eu vi bebé aos vinte e poucos é obviamente uma mulher feita. O irmão mais velho, já se divorciou, vive no Qatar, é piloto da Qatar Airlines e põe fotos aéreas estupendas no Instagram. Adiante, siga, café e croissant com queijo na Mabi, frango de churrasco para almoço. Depois uma conversa com o meu irmão que é aficcionado total do ténis, para aí desde Agassi. Fui eu que puxei o assunto a Federer por causa do David Foster Wallace. Então a conversa entre-cruzou. Tudo muito bem patinado. A expensas do meu irmão, claro. 


2. 

O amor ressente-se por outra coisa, porém. É o despertar para o despertar. Até ao dormir eterno. Pelo menos desta vida. Há que despertar. 


3.

Auden sobre Kavafis, na praia, sobre Paul Valery, por causa das coisas e de tudo aquilo que eu não sei, que é tanto tudo que o que eu mais devia é ter juízo. E despertar, pelo menos nesta vida.


4.

Empenho-me em dar um mergulho. Que grande sorte tenho eu em desde dia um de Junho já me ter banhado umas vezes nas águas espanholas do Mar Cantábrico de Santander, e nas costas galegas de Vigo e Pontevedra... E digo bem alto que em El Sardinero a água estava mais quente, e que Nigrán bastante mais quente estava. Não sei o que deu à foz do Rio Mira. 

5.

Mergulho. Bem precisava dessa alquimia. Solução de Verão eterno.