sábado, 5 de setembro de 2015

Bixente Lizarazu




Um dos melhores defesas esquerdos da história, que ganhou tudo o que havia para ganhar, sobretudo com a sua França e no Bayern de Munique, ele que sendo nativo do país basco francês assim pôde jogar no Athletic Bilbau - clube que como se sabe só aceita bascos - o que o levaria a ser mais tarde ameaçado pela ETA  por jogar "na selecção de um país inimigo", já depois de uma saída pouco pacífica de San Mamés. Ele que, abandonando o futebol em 2006 foi dedicar-se ao Jujitsu brasileiro para logo se sagrar campeão da Europa na modalidade*. Lizarazu também surfa com dedicação, o que não significa que tenha completamente abandonado a sua ligação ao futebol, pelo contrário, parte do seu tempo dedica-o à TF1 como comentador residente. Daí que estive ontem não a mais de dois metros de distância da lenda. Que, como poderia suspeitar, faz da simplicidade, simpatia e modéstia a marca de uma atitude, grande na verdadeira acepção do termo. Eu lá ia escrevendo a crónica para o nosso humilde portal, ele comentava o jogo em directo para a França inteira, salvo as estratosféricas ressalvas e distâncias, salvo ter preferido não perder mais uma vez contra gauleses, e sem o odioso de qualquer luso complexo de inferioridade, verdade é que genuinamente gostei que o grande Lizarazu tivesse saído de Alvalade satisfeito. Foi uma honra tê-lo por perto. Do mais, deu para apanhá-lo perfeitamente: sujeito normalíssimo, sem qualquer átomo de cagança ou afectação, se emanava alguma coisa era decência e boa disposição. Há de ser um simples sobredotado, ou se quiserem a deixa, um simplesmente sobredotado. Também espero que tenha por cá surfado umas boas ondas. Lá boa onda tem ele. 


* - Em Lisboa, pelos vistos dá-se bem por cá.