sábado, 13 de setembro de 2014

Gerador

Nas alturas em que a gente se sente mais fraca e toda a carga do mundo nos cai em cima. Quando nem centelha de luz nos deixa ver no escuro do túnel. Nessas alturas de degelo pessoal, dizia eu, de Inverno longo, desesperado. Nessas alturas sem qualquer espécie de altura, onde só há mesmo uma forma de poder encontrar algum calor que nos aqueça, alguma luz que nos faça ver um mínimo de qualquer coisa, qualquer coisa que nos faça existir: um gerador. Isso, um gerador. Pôr o motor da escrita a funcionar, ou à melhor, a trabalhar, constatar que afinal não enregelou, que afinal a coisa existe. Engendrando assim uma nova experiência, inventada. Ligando a velha à nova memória, inventada. Para que quando a tempestade passar a realidade possa ser esta e a outra, inventada. Não esquecerei nunca de guardar o gerador. Alimentá-lo de energia