quinta-feira, 31 de julho de 2014

21.

No mar fartei-me de nadar e de andar. Nas gélidas águas da costa alentejana deste ano (sim, sim), coisa que não deve haver desde há eras, como diz Neil DeGrasse Tyson, e é difícil de entender, melhor foi o corpo dentro de água, a cabeça fora ao nível do mar em meio êxtase flutuante, brisa marinha na cara e pescoço, e a beleza disto tudo sempre a despertar. Terrence Malick nunca esteve aqui nem na Costa Vicentina, de outra forma já teria filmado. É um sentimento de certeza que eu tenho. Como o encaixe perfeito que teriam sido os Pink Floyd fase 69-71 no enorme que era o cais antigo de Vila Nova de Milfontes, sob o rio, a foz, o mar, uma praia em frente, detrás a vila, do outro lado mais Rio Mira a preparar-se para serpentear ao passar da ponte, a serra sempre além... Seriam os sons de eternidade de Echoes, entre outros, a juntarem-se à "outra" eternidade nestes pontos descoberta a quem venha sofrer o maravilhamento. A eternidade que sempre se manifesta e nós que estamos sempre de passagem.