sábado, 3 de maio de 2014

Maio Maduro Maio

Foi instrutivo, não intrusivo. Estavam lá os grupos, grupelhos, fainas, arquitecturas, engenharias. Uma pipa de massa à base de fígado. Uma boa dose de confiança. Também foi fácil dirigir-me à verdade, era só contornar algumas pessoas. Sujeito a quem se pedem predicados, aos outros eu sujeitos só mesmo trabalhando em equipa e/ou contextos de amizade. Géneros de coisas das quais não se pede e só mesmo por acrescento. Nada de guerras, só textos. Com uma população a desaparecer por falta de alimento ao espirito, cheguei ao ponto mais ocidental de mim próprio, logo ali desatei a ler. Já não tinha nem tropas nem aldeões e foi difícil  reiniciar-me com pedras a atacar o estômago. Mas ganhei fôlego. Livros, minha intuição tinha-os fisgados mas foi como conhecer um país estrangeiro que sabíamos extraordinário quando ainda não o tínhamos vivido. Tomos na desordem ordenada como um atelier de Picasso. Esquecido perdido nem reparava no trabalhado e por trabalhar. Detesto o nome laboratório de ideias, é feio vulgarizar assim a palavra através da ciência. Com o seu quê entre o jargão de telejornal e o de criativo publicitário que em tudo me irrita ao ponto do deixem-me em paz. É como o intragável presunção de inocência que não é coisa com coisa e tudo reclama e tudo acusa. Quem se terá lembrado de semelhante ideia? Horas e dias de reflexão e fugas e batalhas contra essa sombra desconhecida só podiam ter dado este resultado: o problema não é meu. 
Seja, certos territórios, estranhas ilhas desconhecidas, estão disponíveis atrás do arvoredo. Desancorar, assaltar armadilhas. Partir do sentimento, não tanto do aperfeiçoamento.