sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Leonard Tarantino

É difícil encontrar autores tão aparentados como Elmore Leonard e Quentin Tarantino. Homens do "carácter", do personagem, onde o ponto de vista é a voz que comanda e avança e onde nem notamos quando tudo se resume a conversas, a um diálogo constante. Partindo da escrita o que acontece surge no seu processo, na sua própria descoberta. Para quê a "backstory" quando as melhores ideias nascem no (seu) momento? Um dos motivos porque Elmore Leonard recusou Hollywood - onde John Fante quase destruiu uma carreira, e F. Scott Fitzgerald se ajudou a desgraçar mais. - era porque não estava para isso. Quentin Tarantino é homem do cinema mas vai dando uns sinais ou ameaços de futura dedicação à escritaNuma entrevista em que ficamos a saber que os filmes que escreve são antes de tudo novelas prontas a sair ficando umas grossas fatias de lado na passagem para o (argumento) cinematográfico - um dia estarão cá fora, aposto. O propósito, óbvio, é o apanhar (d)a história, o beber da "poção mágica". De "Rum Punch" para o extraordinário "Jackie Brown" o processo pode ter sido o mesmo.