Pedro Lains: "Tributar esses dividendos em 2010 dá desconfiança aos mercados? Mas estamos onde? E isto não é uma crise com cortes do rendimento disponível que deverão chegar, em média, talvez a uns 4-5% do mesmo? Vivemos em que época? Claro que o PS e o governo estão reféns de quem estão. Assim como o PSD. Quando se vão libertar? Precisam das empresas para financiar as campanhas? Não, felizmente estamos na Europa. Então precisam delas para quê? Respeitinho a mais é negativo, mostra coisas menos positivas. Ao mesmo tempo não vão aumentar o salário mínimo? Isto não é um debate sobre economia, é sobre decência."
Eduardo Pitta: "Obama mudou alguma coisa? Timothy Geithner, secretário do Tesouro, não dispensa o conselho de Henry Paulson e outros tenores da Goldman Sachs que cavaram o buraco. Ben Bernanke continua presidente da Reserva Federal. Alan Greenspan goza uma reforma dourada nos Hamptons. Ao pé deles, Madoff é um carteirista do metro."
Henrique Fialho: "O trabalho salva, diziam os nazis aos judeus em campo de concentração. O trabalho salva, repetem os governos aos seus escravos de trazer por casa em campo de centralização. E as vozes fazem-se ouvir da sua cavernosa dívida, têm um compromisso com a saúde dos mercados, não necessariamente com as pessoas, porque isso de viver e de se estar vivo é secundário, o que importa é manter os mercados saudáveis, evitar rupturas sistémicas, garantir os stocks."
Tiago Mota Saraiva: "Os mesmos deputados que chumbaram a proposta de tributação dos dividendos das grandes empresas por rejeitarem alterações de tributação a meio do ano fiscal, preparam-se para, depois de o terem utilizado como bandeira eleitoral, baixar unilateralmente o salário mínimo contratualizado para 2011."
Fernando Martins: "Por causa disto, mas podiam ser muitas outras coisas, estou sempre a lembrar-me que há uma direita portuguesa (e também uma esquerda moderna) que gosta de ser sistematicamente encornada pelos chamados, umas vezes bem outras mal, "grandes interesses económicos".
Vasco Lobo Xavier: São tantas as empresas públicas que gravitam na órbita do Governo que eu me pergunto: e o Governo, serve para quê?"
Foto tirada daqui.